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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Juiz determina que MPE investigue se PMs estão aptos a usar arma de fogo


Ministério Público vai abrir procedimento administrativo para que Comando da PM explique abordagens 
leandro_gross_dentro2Juiz Leandro Leri Gross é autor da medida (Foto: Agência TJ/AC)A decisão do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Leandro Leri Gross, de absolver um dos acusados pela morte da garota Edna Ambrósio, e de evitar que o outro seja levado a júri popular, revoltou a família da vítima.

Mas, se o relatório do magistrado foi positivo para os dois militares, não houve a mesma complacência com o Comando da Policia Militar.

O promotor Daian Albuquerque, do Ministério Público Estadual, ainda não recebeu a decisão do juiz. Mas assim que o relatório chegar vai abrir um procedimento administrativo e chamar o Comando da PM para explicar como são as abordagens em blitz.

Durante o depoimento, Francisco Moreira afirmou que não podia estar com um fuzil no dia do fato.

Em 2004, ele foi baleado durante um assalto e tem problemas em um dos braços, além de carregar traumas psicológicos.  Explicou que existe um laudo médico mostrando isso.

Mesmo assim, o oficial que estava no comando da blitz, tenente Felipe Antônio de Araújo Russo, permitiu que ele ficasse com um fuzil. No dia ele disparou duas vezes contra a moto em que estavam Edna Ambrósio e o namorado Jeremias.

Francisco Moreira estava como mesário e foi substituir um dos militares que estava com o fuzil.

Além disso, chegou a falar que em toda vida militar disparou apenas três vezes com a arma e na forma de treinamento. Isso aconteceu cinco anos atrás.

O corregedor da Policia Militar, coronel Júlio Cézar, disse que não sabia dos problemas médicos do policial e, mesmo assim, ele deveria ter alertado na hora em que o fuzil foi repassado para ele, que não tinha condições físicas nem técnicas de usá-lo.

O juiz Leandro Leri Gross criticou a falta de treinamento e de habilidade dos policiais que fazem o policiamento de trânsito.

Chamou a blitz, que culminou na morte da garota, de “desorganizada administração, principalmente quando um oficial repassa uma arma para um policial que não está preparado para manejá-la”.

Todos os militares que participaram da blitz foram ouvidos. No depoimento de três deles ficou mais claro o despreparo.

Um dos policiais chega a dizer que nunca recebeu instrução para saber como é um tiro de advertência.

Outro afirma que não recebeu instrução para uso do fuzil, e “faz tempo que não faz teste de tiro”. Um terceiro agente declara que não lê o Código de Trânsito.

O corregedor da PM disse que isso não é verdade, e que todas as falas são apenas “táticas de defesa”, mas vai apurar esses fatos assim que receber a decisão da Justiça.

QUA, 10 DE AGOSTO DE 2011 15:13 ADAILSON OLIVEIRA, DA TV GAZETA

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